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FAO propõe redução de danos ambientais na pecuária

25/02/2010

A Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) propôs aos países que imponham taxas sobre as atividades pecuárias. A informação foi publicada no jornal Valor Econômico, em 19 de fevereiro último.
Segundo a FAO, estima-se que a produção de carnes dobrará até 2050, para atender a demanda da população mundial. A agência adverte para o fato de que o crescimento da produção de produtos oriundos da pecuária "se traduzirá em enormes pressões sobre a saúde dos ecossistemas, a biodiversidade, os recursos em terras e florestas e na qualidade da água, além de contribuir de maneira significativa para o aquecimento do planeta".
E para evitar este futuro caótico, a FAO sugeriu que os países imponham taxas aos pecuaristas para "internalizar os custos dos estragos ambientais causados pela produção animal". A agência afirma que impor as taxas aos produtores de carne é necessário porque "os preços atuais das terras, da água e dos alimentos usados na produção dos rebanhos frequentemente não refletem o verdadeiro valor desses recursos, o que provoca seu excesso de consumo".
A FAO sugere, ainda, que os países criem políticas de incentivo ao consumo de carne suína e de aves, pois estes tipos de animais consomem menos vegetais, sendo assim, poluem menos. A agência da ONU defende que os governos estimulem os pecuaristas a melhorar a alimentação dos rebanhos para reduzir a emissão de metano na atmosfera, um dos gases causadores do efeito estufa. Segundo estudo da FAO, a pecuária é responsável por 18% das emissões totais de gases causadores do problema, a frente dos transportes.
A agência ainda alerta sobre o perigo das carnes, que podem promover a obesidade e doenças cardiovasculares, mas afirma que produtos pecuários são fontes importantes de proteínas.
Se os governos aderirem a sugestão da instituição, o Brasil sofrerá impactos quase imediatos, pois é o maior exportador de carne bovina. Desde 2000, o país já multiplicou as exportações de frango por cinco, de carne bovina por oito e de suínos por dez.
Segundo a FAO, o consumo mundial de carnes chegará a 463 milhões de toneladas no ano de 2050. O número de bovinos passará de 1,5 bilhões para 2,6 bilhões, e o de caprinos e ovinos, de 1,7 bilhões para 2,7 bilhões de cabeças em todo o planeta.