Pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde (MS) mapeará o estilo de vida, a incidência de doenças e as condições de saúde da população em todo o país. Até fevereiro do ano que vem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve visitar 108 mil domicílios em mais de três mil municípios.

A ideia é levantar a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes e hipertensão, e conhecer o estilo de vida dos brasileiros, como está a prática regular de atividade física, o consumo de álcool e tabaco e quais os hábitos alimentares. Além disso, será avaliada a percepção da população sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).

Para a nutricionista Rita Ferreira Frumento, presidente do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), essa pesquisa será mais uma importante ferramenta de avaliação para os nutricionistas em todo o Brasil. “Na última PNS, de 2013, os dados apresentados sobre os hábitos alimentares da população brasileira já nos preocupavam muito e, por isso, o nutricionista tornou-se ainda mais importante para população. Agora precisamos avançar mais nas políticas de alimentação e nutrição para promover a saúde e tratar doenças. E essa pesquisa pode ser um poderoso instrumento para esse movimento”, disse.

A entrevista será de, em média, 30 minutos e é organizada em três etapas: características do domicílio nos moldes do censo demográfico; informações sobre o morador entrevistado, como DCNT, estilo de vida e acesso a atendimento médico; e dados dos demais moradores. São coletados ainda os dados antropométricos (peso e altura) de um dos moradores dos domicílios visitados, bem como a medição da circunferência da cintura e a aferição da pressão arterial, para detectar a incidência de obesidade e estabelecer as medianas de peso e altura da população. Temas como vícios em cigarro e bebida alcoólica, depressão, tipo de parto, hipertensão, diabetes e colesterol alto também são investigados.

Serão contempladas áreas como saúde dos idosos, saúde da mulher, pessoas com deficiências, saúde bucal, atendimento médico, cobertura de planos de saúde e visitas domiciliares de equipes de Saúde da Família e agentes comunitários. Neste ano, o módulo de Atenção Primária à Saúde foi ampliado com a inclusão de novos pontos de pesquisa relacionados à utilização do SUS, envolvendo temas como paternidade, participação masculina no pré-natal, atividade sexual e condições de trabalho.

Um módulo novo será o das Relações e Condições de Trabalho, que segue as recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com perguntas para detectar condições insalubres no ambiente de trabalho e problemas de saúde relacionados. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) continua a investigar se os moradores sofreram algum tipo de violência, em que local e quem era o agressor, com a inclusão da natureza dessa violência — física, sexual ou psicológica.

SIGILO

Todas as informações coletadas pela PNS têm sua confidencialidade assegurada pela lei do sigilo da informação estatística (Lei nº5534). Os entrevistadores estarão devidamente identificados com crachá e equipamento eletrônico para coleta dos dados. Para confirmar a identidade do entrevistador, o morador pode ligar gratuitamente para o telefone 0800 721 8181.

PNS 2013

A última PNS mostrou, por exemplo, que 66,1% dos adultos com 18 anos ou mais de idade avaliaram a própria saúde como boa ou muito boa. Em relação aos hábitos alimentares, 37,3% informou consumir cinco porções diárias de frutas e hortaliças — quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Por outro lado, 23,4% consumiam refrigerantes pelo menos cinco dias por semana e 21,7% reconheceram o consumo regular — cinco dias ou mais — de bolos, tortas, chocolates, balas e biscoitos doces. Em 2013, ao todo, foram visitados 81.767 domicílios em 1.600 municípios.

Com informações do Ministério da Saúde.

Foto: Divulgação/IBGE