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CFN defende papel central do nutricionista no tratamento da doença celíaca durante visita técnica da Comissão de Saúde da Câmara, em Brasília

CFN defende papel central do nutricionista no tratamento da doença celíaca durante visita técnica da Comissão de Saúde da Câmara, em Brasília

24/09/2025

O Conselho Federal de Nutrição (CFN) participou, nesta quarta-feira (24/9), da visita técnica realizada pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados ao Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB). A iniciativa teve como objetivo verificar as limitações existentes na atenção especializada às pessoas com doença celíaca no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A atividade foi fruto do Requerimento nº 141/2025, de autoria da deputada federal Iza Arruda. Também esteve presente a deputada Dra. Alessandra Haber, relatora do Projeto de Lei nº 2650/2025, que “institui a Política Nacional de Atenção Integral à Pessoa com Doença Celíaca no SUS e altera a Lei nº 10.674/2003”.

O CFN foi representado pela coordenadora de Relações Institucionais e Governamentais, Gerlane Alves, e pela nutricionista e assessora Larisa Carvalho, reforçando o compromisso do Conselho em acompanhar e avaliar a tramitação da proposta legislativa. Na ocasião, o CFN destacou a relevância do nutricionista como profissional central na promoção da saúde e no cuidado integral às pessoas com doença celíaca.

Durante a visita, especialistas relataram os desafios enfrentados por pacientes e profissionais de saúde. A gastroenterologista pediátrica do HUB, Dra. Alessandra dos Santos Domingues, ressaltou que o diagnóstico da doença celíaca exige investigação clínica e exames específicos, sendo o tratamento baseado exclusivamente na dieta isenta de glúten. “Após a confirmação do diagnóstico, o paciente precisa de acompanhamento multiprofissional com gastroenterologista e nutricionista, que poderão identificar deficiências nutricionais e elaborar um plano terapêutico individualizado. Outro desafio é o elevado custo dos alimentos sem glúten, o que reforça a importância de políticas públicas para garantir acesso a esses produtos”, explicou.

Na mesma linha, a nutricionista Ana Luisa Falcomer de Aguiar, mestre e doutora em Nutrição Humana pela UnB, destacou a relevância da atuação do nutricionista em todas as etapas do cuidado: “O diagnóstico é feito pelo médico, mas o tratamento é 100% dietético. Sem a participação do nutricionista, desde o acompanhamento ambulatorial até a orientação sobre alimentos, a remissão da doença torna-se ainda mais desafiadora”.

O encontro contou ainda com a presença da superintendente do HUB, Maria Fátima de Sousa, de assessores do Ministério da Saúde, médicos da instituição e representantes da sociedade civil organizada, entre eles Elidia Ines, presidente da Associação dos Celíacos do Brasil – ACELBRA (Seção Distrito Federal).

Ao final da atividade, o CFN reafirmou seu compromisso com a saúde da população brasileira e garantiu que continuará acompanhando os debates e as iniciativas legislativas relacionadas à atenção integral às pessoas com doença celíaca. O Conselho reforça sua disposição em contribuir tecnicamente para a formulação de políticas públicas que assegurem qualidade de vida, cuidado nutricional adequado e dignidade aos pacientes.