
CFN reforça posicionamento a favor da rotulagem frontal com advertências
03/10/2018
O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), autarquia que representa mais de 140 mil profissionais inscritos, defende um modelo de rotulagem alimentar com informações adequadas, comparáveis e que favoreçam escolhas conscientes.
No campo da segurança alimentar e nutricional, o Brasil enfrenta o desafio da crescente prevalência de sobrepeso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), problemas globais e multifatoriais, que causam danos à qualidade de vida e ao desenvolvimento socioeconômico, tornando evidente a necessidade de ações intersetoriais.
Em relação à alimentação e aos aspectos comportamentais modificáveis — como alimentação inadequada, inatividade física, tabagismo e uso abusivo do álcool —, o desafio é reduzir os riscos, em que as ações regulatórias têm seu papel de destaque.
O rótulo dos alimentos é, sem dúvida, um instrumento que deve apoiar as pessoas, as famílias e as comunidades na adoção de ações promotoras da saúde, contribuindo para o fortalecimento da autonomia, o autocuidado dos sujeitos e a busca por transformação da realidade alimentar e nutricional.
No entanto, o modelo de rotulagem em vigor não permite saber, de forma clara e direta, a composição dos alimentos que chegam à mesa do consumidor. Não favorece escolhas conscientes e saudáveis.
A fim de que o direito humano à alimentação adequada e saudável seja assegurado, é urgente a revisão dos critérios que compõem esses rótulos e a adoção de um modelo capaz de reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, colaborando para frear o aumento da incidência de sobrepeso, obesidade e DCNT.
Para o CFN, não resta dúvida de que a adoção de advertências para nutrientes críticos na embalagem de produtos alimentícios executa esse papel de forma satisfatória, com melhor resultado ao mostrar quais alimentos possuem altos teores de sal, gorduras e açúcares, principalmente. O conselho ressalta que a efetividade desse modelo já foi evidenciada com o cumprimento de objetivos e metas estabelecidas por políticas públicas em países da América Latina e se apresenta como a proposta mais viável a ser adotada no Brasil.
Nossa militância é a favor do direito à alimentação, à informação e ao bem-estar social. Afinal, nossa missão como nutricionista extrapola a prescrição de dietas. Continuaremos mobilizando a categoria e ratificando o nosso entendimento pela adoção do modelo de rotulagem frontal com advertências.
Dessa maneira, reafirmamos o nosso compromisso com as recomendações de organismos internacionais, as metas estabelecidas pelas políticas públicas nacionais e as ações necessárias que devemos executar em defesa da saúde da população.
Para conhecer os passos que trilhamos até o momento quanto a essa temática, acesse:
Comitê de Nutricionistas do Mercosul recomenda adoção da rotulagem frontal
Posição do CFN sobre crítica de Temer à proposta de rotulagem
Nutricionista! Dê sua opinião sobre a rotulagem nutricional dos alimentos
Imagem: reprodução internet











